Doutrina dos Espíritos sem Jesus, não faz sentido
Mais uma vez levantamos a questão sobre o
surradíssimo realejo dos que intentam banir o Cristo da Doutrina Espírita, para
transformá-la - pasmem! - numa espécie de academia de "doutores
antimísticos". Volto ao tema, porque tais confrades têm se colocado como
vítimas da pecha de afugentadores do Mestre Maior das hostes doutrinárias.
Trôpegos, cavalgam, suspirando a falácia de que peregrinam o calvário da
xenofobia contra eles.
É evidente que há um estranho movimento de alguns
confrades, para expulsar Jesus do Espiritismo ou, pelo menos, reduzi-lo a mera
figura de segundo escalão no ideário espírita, iniciativa infeliz que esbarra
na firme convicção do próprio Kardec, que o reconhece como a figura mais
importante da Humanidade.
Os discípulos de Angeli Torterolli (aquele que
insultou várias vezes Bezerra de Menezes no século XIX, na famigerada luta
entre "místicos e científicos"), nos dias de hoje, alguns desenterram
ossos e relembram-lhe o nome como uma das figuras mais expressivas(?!) e
desconhecidas do movimento espírita brasileiro. Tais coveiros criticam Chico
Xavier, a FEB e Emmanuel (na afirmação de que, por ter sido o Padre Manuel da
Nóbrega, estava trazendo influência católica) para o Espiritismo e, -
acreditem! - afirmam que o "Kardec brasileiro" era mariólatra e nunca
abandonou sua simpatia pelo catolicismo.(?!)
Achincalham, até, a figura do pioneiríssimo Olympio
Teles de Menezes, alcunhando-o de espiritólico, pois, que conciliava os
princípios espíritas com algumas crenças católicas.
As trevas são poderosas? Claro! Atualmente, essas
tropas, disfarçadas de espíritas, infiltradas no movimento doutrinário
brasileiro, querem separar a parte científica, filosófica e religiosa da
Doutrina, afirmando que o Espiritismo não é religião, ou seja, estão querendo
colocar Jesus como coadjuvante do projeto do Espiritismo.
As hordas das regiões densas são poderosas e se
"organizam", uma vez que têm, como meta, a retirada de Jesus dos
estudos espíritas. Se conseguirem retirar o Cristo da Doutrina Espírita, a casa
espírita se transforma em escola de fantoches da ilusão, vira circo mesmo, vira
comédia! Se abolirmos os estudos evangélicos do projeto espírita, vira negócio
estranho, lembrava nosso velho Chico.
Sejamos lúcidos e francos: Sem Jesus, o Espiritismo
deteriora e acaba! Fazendo coro com as sábias palavras de Chico Xavier,
relembramos que o Mestre Jesus está na nossa experiência cotidiana. Tanto é
verdade, que em nossas agruras e dissabores pungentes, o primeiro nome de que
nos lembramos, capaz de nos proporcionar alívio e reconforto, é JESUS. (...)
No filosofismo desses obsedados, usa-se o reforço de palavras
ocas, através de arranjos de definições e conceitos que sempre giram em torno
de um mesmo eixo, qual rosca-sem-fim, e sem avanços efetivos. Confrades esses,
encabrestados por astutos cavaleiros das brumas umbralinas, atestam que Kardec
escreveu o Evangelho para apaziguar os teólogos, tentando uma aproximação com a
Igreja (!) Nesse desenfreado galope de raciocínio, desrespeitam a seriedade do
ínclito Druida de Lyon. Arremessam, na estribaria, o caráter ilibado de Kardec
e a firmeza de suas convicções. O bom senso nos sussurra, obviamente, que os
teólogos ortodoxos não ficaram satisfeitos com o terceiro livro do Pentateuco
Kardeciano.
Pensam que é só isso? Não, tem mais! Então, vejamos:
apregoam, esses vanguardeiros da arrogância, que é necessário atualizar e
contextualizar o pensamento do Codificador. Que os centros espíritas precisam
se transformar em centros de cultura espírita, sem as amarras do religiosismo
decrépito e ultrapassado.
São, inequivocamente, andróides das trevas que
espalham as esdrúxulas idéias: "Jesus é somente o emergir de um arquétipo
plasmado no inconsciente coletivo". Nesse arroubo de supremo reducionismo,
atestam que, de tudo quanto a civilização cristã reteve de Jesus, nesses dois
milênios, muito mais há de mito. Enxovalham nossas mentes com afirmativa do
tipo: -"Nosso Jesus não é o mítico Governador do Planeta, aquele que vive,
entre "Anjos e Tronos", na bela ficção literária de Humberto de
Campos" e, ainda, regurgitam outras pérolas frasais como: -"Nosso
Jesus, inteiramente homem, não evoluiu em linha reta" e, mais ainda,
cacarejam: -"Jesus não criou nenhuma nova moral. Apenas interpretou,
adequadamente, aquela que sempre esteve no coração do homem por todos os tempos
e lugares.! Que talento, hein! Tratam, o mais supremo dos homens como um
"João ninguém".
Em que pese nossas palavras mais contundentes no
texto, temos a dúlcida energia para afirmar que Jesus é o Governador espiritual
do planeta e de todos os espíritos que nele se encontram. Suas faculdades
morais e espirituais jamais poderemos definir em nossa paupérrima linguagem
humana. Ele foi a manifestação do amor de Deus, a personificação de sua
bondade. Para o célebre pedagogo e gênio de Lyon, o Cristo foi "Espírito
superior da ordem mais elevada, Messias, Espírito Puro, Enviado de Deus, é
Diretor angélico do orbe e Síntese do amor divino". Sua lição, acima de
editos e espadas, decretos e encíclicas, sobe sempre e cresce cada vez mais, na
acústica profunda da audição humana, preparando os homens e a vida para a soberania
do Amor Universal.
Embora seja Ele o centro de polêmicas e cogitações
infindáveis, Jesus, para nós espíritas, foi, é, e sempre será a síntese da
Ciência, da Filosofia e da Religião. Concretamente, a Doutrina dos Espíritos
sem Jesus não faz sentido como uma Nova Ordem Espiritual para a
Humanidade.
Jorge Hessen
Fonte: http://oespiritodaverdade.blogspot.com.br/
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