Por Ayton Paiva
“Poderia sempre o homem, pelos seus esforços, vencer
as suas más inclinações?
– Sim, e, freqüentemente, fazendo esforços muito
insignificantes. O que lhe falta é a vontade. Ah!
Quão poucos, dentre vós fazem esforços!”
(O Livro dos Espíritos, questão no 909.)
“Pois em verdade vos digo, se tivésseis a fé do
tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daí para
ali e ela se transportaria, e nada vos seria impossível.”
– Jesus. (Mateus, 17:20.)
“A fé sincera e verdadeira é sempre calma; faculta a
paciência que sabe esperar, porque, tendo seu ponto de apoio na inteligência e
na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao objetivo visado.”
(O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIX, item 3,
2o parágrafo.)
Por: AYLTON PAIVA
O Evangelista Mateus relata que um homem veio ao encontro
de Jesus e, lançando-se a seus pés, pediu que Ele tivesse piedade de seu filho
que era lunático e sofria muito. Ele adianta que já o apresentara a seus
discípulos e que estes não haviam conseguido curá-lo. O Mestre Jesus comenta a
falta de credulidade e imediatamente cura o menino e adverte os discípulos de
que eles não o haviam curado por falta de fé e afirma-lhes: “Se tivésseis a fé do
tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: transporta-te daí para
ali e ela se transportaria e nada vos seria impossível”. (Mateus, 17:14 a 20).
Allan Kardec tece o seguinte comentário em O Evangelho
segundo o Espiritismo, cap. XIX, sobre essa passagem evangélica no item 2: “No
sentido próprio, é certo que a confiança nas suas próprias forças torna o homem
capaz de executar coisas materiais, que não consegue fazer quem duvida de si”.
E mais adiante, elucida no item 3: “(...) entende-se como fé a confiança que se
tem na realização de uma coisa, a certeza de atingir determinado fim. Ela dá
uma espécie de lucidez que permite se veja, em pensamento, a meta que se quer
alcançar e os meios de chegar lá, de sorte que aquele que a possui caminha, por
assim dizer, com absoluta segurança. (...)
A fé sincera e verdadeira é sempre calma;
faculta a paciência que sabe esperar, porque, tendo eu ponto de apoio na
inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao objetivo
visado. (...)”
Nos dias atuais, estamos precisando de fé para vencer o
estresse que o modo de viver da civilização nos impõe, pois para resistir ao estresse
e administrar a pressão é necessário manter um equilíbrio na vida.
As
pessoas que acreditam ter o controle de seu destino lidam melhor com as
pressões do que aquelas que acham que tudo está ao sabor do acaso.
Para isso é importante ter alguns parâmetros:
1. Vivamos o presente:
Vivamos o “aqui e agora”, com responsabilidade e
equilíbrio, concentrando-nos naquilo que está
acontecendo no presente, e aumentaremos nossa capacidade de resistir ao
estresse, pois não estaremos fixados em coisas do passado ou imaginando futuros
problemas, ainda que inexistentes.
Procuremos sentir a realidade da situação ou do problema
e possível solução para ele.
Para ter o “clima mental” adequado, procuremos meditar.A
meditação pode estabelecer um estado mental de calma interior.
2. Tenhamos objetivos
claros
de vida:
Quando temos um roteiro claro para a direção de nossa
vida, ficamos mais fortes ao sentir pequenas pressões como foco de estresse.
Se estabelecemos prioridades e firmeza ou fé em nossas
convicções, clareando um quadro geral dos objetivos maiores de nossas vidas, não
nos irritaremos com as pequenas coisas.
Pensemos no que é realmente importante para nós, levando
em consideração a visão filosófica ou espiritual da vida, no sentido da sua
eternidade.
Assim, se desejamos a auto-realização, o equilíbrio e o
bem-estar, uma boa vida familiar, o trabalho, seja qual for, como forma de
valorização pessoal, não nos estressaremos, por exemplo, com problemas no
trânsito, ocorrências de pequenos desentendimentos no lar, no
trabalho ou até mesmo no lazer.
3. Sejamos solidários:
Ser solidário é ser participativo. É olhar não só para
nós e para nossas necessidades reais ou imaginárias), mas, também, olhar para o
outro.
Enxergarmos na estrada de nossa vida o próximo, como o
samaritano, a que Jesus se referiu, caído com as forças combalidas, assaltado
por problemas, muitas vezes, maiores que
os nossos. Ao nos aproximarmos dele e o agasalharmos na hospedaria do nosso
amor solidário e
fraterno, nossas tensões e
mágoas desaparecerão ou, pelo menos, diminuirão.
4.Tenhamos momentos de
divertimento:
Ter fé na vida é também ter momentos de diversão, de
descontração, de lazer.
Para aliviar o estresse, saibamos desfrutar os momentos
com a família. Nestes instantes procuremos tirar de nossas mentes todas as preocupações
do lar ou do trabalho.
Procuremos sentir as pessoas que compõem a nossa família,
o que cada uma nos oferece de bom, saibamos sorrir com elas e que elas riam
conosco.
Tenhamos alegria com nossos animais domésticos, com as
nossas folhagens, com as nossas flores.
Tenhamos momentos de humor sadio e energizante.
Procuremos rir, rir faz bem para a alma e para o corpo
físico.
A calma na luta contra o estresse é sempre um sinal de
força e de confiança; o desespero ou a violência denotam a fraqueza e a dúvida de
si mesmo.
Ouçamos, pois, o Mestre Jesus: “Se tivésseis a fé do
tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: transporta-te daí para
ali e ela se transportaria, e nada vos seria impossível”. E digamos para a “montanha
do nosso estresse”: transporta-te daí (do nosso mundo mental) para ali
(planície de nossas emoções controladas e produtivas) e nada nos imporá o estresse.
Fonte: Revista Reformador. Ano 124, Nº 2.125, pág. 13-14, abril de 2006.
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