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terça-feira, 2 de outubro de 2012

INDULGÊNCIA




De acordo com alguns dicionários a palavra indulgência significa: 

Facilidade em perdoar os erros dos outros, clemência, tolerância, 

indulto, perdão, bondade, misericórdia.

 

O Espiritismo adota a divisa “Fora da caridade não há salvação”. 

Há nessa máxima, dois conceitos principais:

Salvação: Emmanuel (o consolador, nº 225): Temos de traduzir

o conceito de salvação por iluminação de si mesmo, a caminho

das mais elevadas aquisições e realizações no infinito.

 

O aprimoramento é tarefa individual de cada Espírito, tendo como

objetivo final a condição de Espírito perfeito. A evolução

é pessoal e intransferível – a cada um segundo suas obras.

Caridade: é composta por três virtudes: benevolência, indulgência

e perdão. 

 

Objetivando obter o melhor conceito de caridade, na questão nº 886

de O livro dos Espíritos, Kardec indaga à espiritualidade superior

qual o verdadeiro sentido dessa palavra, segundo a entendia Jesus.

Obtém a seguinte resposta: “Benevolência para com todos, indulgência

para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”.

 

Assim, quando Jesus aconselha que não se julgue, o conselho não

parece ser em sentido absoluto, mas apenas a que não se

julgue com severidade.

 

A indulgência implica fazer um juízo suave das imperfeições

morais alheias.

 

É uma questão de valorizar o bem, em vez do mal.

 

Quando se fala em julgamento, logo vem à mente a famosa

frase de Jesus: “Não julgueis, para que não sejais julgados.”

(Mateus: 7:1).

 

Trata-se de uma medida prudente, tendo em mira a afirmação

de Jesus de que cada um será medido com a medida que

aplicar aos outros (Mateus: 7:2).

 

A respeito, o seguinte trecho de O Evangelho segundo o

Espiritismo: “Sede indulgentes com as faltas alheias,

quaisquer que elas sejam; não julgueis com severidade

senão as vossas próprias ações e o Senhor usará

de indulgência para convosco, como de indulgência

houverdes usado para com os outros”

(Capítulo X, item 17, primeira parte).

 

Nesse mesmo capítulo do Evangelho segundo o Espiritismo,

no item 16, há uma interessante dissertação de José,

Espírito Protetor, a respeito da indulgência. Ele afirma que

a indulgência não vê os defeitos de outrem, mas, se os vê,

evita falar deles. Ao contrário, oculta-os.

 

Ninguém gosta de ficar perto de uma pessoa severa, que só

percebe e valoriza os defeitos alheios. É desagradável sentir-se

criticado, não apreciado, sem falar que ter as próprias dificuldades

ressaltadas desanima, a ponto de muitas vezes surgir o raciocínio

de que nada mais há para fazer: é-se um caso perdido!

 

A indulgência, como componente da caridade, não é só a meta

(a libertação final, fruto da vivência perfeita), mas também o

caminho, ao viabilizar a fraternidade entre seres ainda imperfeitos,

mas que sonham com a perfeição e precisam se auxiliar em sua

caminhada.

 


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