Fonte: Reformador. Ano 30, Nº 2.194, Janeiro 2012.
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
terça-feira, 2 de outubro de 2012
INDULGÊNCIA
De acordo com alguns dicionários a palavra indulgência significa:
Facilidade em perdoar os erros dos outros, clemência, tolerância,
indulto, perdão, bondade, misericórdia.
O Espiritismo adota a divisa “Fora da caridade não há salvação”.
Há nessa máxima, dois conceitos principais:
Salvação: Emmanuel (o consolador, nº 225): Temos de traduzir
o conceito de salvação por iluminação de si mesmo, a caminho
das mais elevadas aquisições e realizações no infinito.
O aprimoramento é tarefa individual de cada Espírito, tendo como
objetivo final a condição de Espírito perfeito. A evolução
é pessoal e intransferível – a cada um segundo suas obras.
Caridade: é composta por três virtudes: benevolência, indulgência
e perdão.
Objetivando obter o melhor conceito de caridade, na questão nº 886
de O livro dos Espíritos, Kardec indaga à espiritualidade superior
qual o verdadeiro sentido dessa palavra, segundo a entendia Jesus.
Obtém a seguinte resposta: “Benevolência para com todos, indulgência
para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”.
Assim, quando Jesus aconselha que não se julgue, o conselho não
parece ser em sentido absoluto, mas apenas a que não se
julgue com severidade.
A indulgência implica fazer um juízo suave das imperfeições
morais alheias.
É uma questão de valorizar o bem, em vez do mal.
Quando se fala em julgamento, logo vem à mente a famosa
frase de Jesus: “Não julgueis, para que não sejais julgados.”
(Mateus: 7:1).
Trata-se de uma medida prudente, tendo em mira a afirmação
de Jesus de que cada um será medido com a medida que
aplicar aos outros (Mateus: 7:2).
A respeito, o seguinte trecho de O Evangelho segundo o
Espiritismo: “Sede indulgentes com as faltas alheias,
quaisquer que elas sejam; não julgueis com severidade
senão as vossas próprias ações e o Senhor usará
de indulgência para convosco, como de indulgência
houverdes usado para com os outros”
(Capítulo X, item 17, primeira parte).
Nesse mesmo capítulo do Evangelho segundo o Espiritismo,
no item 16, há uma interessante dissertação de José,
Espírito Protetor, a respeito da indulgência. Ele afirma que
a indulgência não vê os defeitos de outrem, mas, se os vê,
evita falar deles. Ao contrário, oculta-os.
Ninguém gosta de ficar perto de uma pessoa severa, que só
percebe e valoriza os defeitos alheios. É desagradável sentir-se
criticado, não apreciado, sem falar que ter as próprias dificuldades
ressaltadas desanima, a ponto de muitas vezes surgir o raciocínio
de que nada mais há para fazer: é-se um caso perdido!
A indulgência, como componente da caridade, não é só a meta
(a libertação final, fruto da vivência perfeita), mas também o
caminho, ao viabilizar a fraternidade entre seres ainda imperfeitos,
mas que sonham com a perfeição e precisam se auxiliar em sua
caminhada.
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